Dias como o de hoje ...
fazem-me rever o passado, esquivo camuflado ...
desamores e devaneios ... olhares soturnos ... incautos misterios
Dias como o de hoje ... são bem vindos
Recordações de uma casa "amarela", onde em cada janela esperava alguém ...
onde um bater na porta, desesperava alguém ... em espera interminável
A simples visita de um pássaro no parapeito ...
uma qualquer réstia de amor próprio e indomável, nele reluzia
Esperança fugaz, como fugaz foi a índole do despeito ao tempo
não fomento, não respeito ... tenho medo
E ... por essa casa viajava em correrias de vilões ... ou heróis
em cada cortina, uma liana prestavelmente fiel esperava por mim
E por baixo de cada cama ... um mundo novo há espera
novas aventuras nas catacumbas ... nos desertos ... nas planícies
O espelho partido por fantasmas, nas suas lutas triviais
As portas que seguiam o vento, ora abrindo, ora fechando
Não existindo chão ... corria nas bermas de supostas salas
de supostos quartos, apenas as escadas prevaleciam até há torre
mas a cada gemer da madeira calcada, subia o coração ao peito
e a cada chegada ao seu cimo, a luz do sol batia-me nos olhos por despeito ... sorrindo
Foram dias de criança, foram dias e dias de aventuras
de magia insuspeita ... de amena felicidade
dias em que trazia em mim vilões e heróis sob um olhar insuspeito
dias em que há noite me deitava feliz e sonhava ... com o que tinha feito
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