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Em cada um de nós existe um poema .
Um por escrever ... um escrito que se quer procurado e se mantêm escondido na alma ... no coração.

Ser poeta ... não é escrever poemas.

É saber descobrir na poesia ... a parte que falta em si, a parte que falta ... nos outros .

Urbano Gonçalo




terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Goethe ... in "Fausto"



Ressurgis outra vez, vagas figuras,
Vacilantes imagens que à turbada
Vista acudíeis dantes. E hei-de agora
Reter-vos firme? Sinto eu ainda
O coração propenso a ilusões dessas?
E apertais tanto! ... Pois embora! seja:
Dominai, já que em névoa e vapor leve
Em torno a mim surgis. Sinto o meu seio
Juvenilmente trépido agitar-se
Coa maga axalação que vos circunda.
Trazeis-me a imagem de ditosos dias,
E daí se ergue muita sombra amada:
Como um velho cantar meio esquecido,
Vêm os primeiros símplices amores
E a amizade com eles. Reverdece
A mágoa, lamentando o errado curso
Dos labirintos da perdida vida;
E me está nomeando os traídos
Em horas belas por falaz ventura
Antes de mim na estrada se sumiram.

Excerto do livro " Viagens na minha Terra" de Almeida Garrett.
Poema de Goethe.


 
 

1 comentário:

O Neto do Herculano disse...

"Dos labirintos da perdida vida"
continuo a caminhar.

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