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Em cada um de nós existe um poema .
Um por escrever ... um escrito que se quer procurado e se mantêm escondido na alma ... no coração.

Ser poeta ... não é escrever poemas.

É saber descobrir na poesia ... a parte que falta em si, a parte que falta ... nos outros .

Urbano Gonçalo




sexta-feira, 5 de abril de 2013

Novo romance ... II



Bati à porta de Catarina, ouvindo logo de seguida:
- Está aberta, entra!
Faço sempre de conta ao entrar, que não conheço a casa. Ela estava junto à janela a desenrolar um dos rolos de papel que nós iríamos colar nas paredes.
Vê-la assim com o sol da tarde por trás da sua silhueta, deixou-me ali um bocado de tempo parado a ... apreciar. Uma simples camisola e umas calças de fato treino nunca me tinham parecido tão sensuais.
Ela apercebeu-se do meu estado "ausente" e acenando com as mãos disse:
 - Hellloooo!!!!
Acordei finalmente, e não pude claro, evitar de corar um pouco.
- Estava a tentar descobrir, qual era esta música que está a tocar! - disfarcei.
-Ah!!! Já é antiga.
É uma mania minha, gosto de comprar velhos discos por aí nas feiras.
São os "Imagination" e a música chama-se "Body Talk". Gosto, é uma balada do tempo do "disco-sound", sabes ... do tipo grandes cabeleiras e calças largas em baixo!
- "Body Talk" ... pois, muito a propósito - pensei eu.
- Já tenho a cola pronta senhor ajudante, ficas tu em cima do escadote?!!
- Claro! - respondi a custo, ela estava tão linda!
Passamos a tarde a colar papel nas paredes da sala, conversamos, conversamos, ou melhor ... conversou ela, parecia feliz ... muito feliz.
- Então ... quantas namoradas tens?!!
Sorri, só podia.
- Bem ... sem contar com a ... e a .... não tenho nenhuma, claro!
- Não acredito em ti!
- E tu? Quantos namorados tens?!!
Ela hesitou um pouco antes de responder.
- Diz-me tu uma coisa Gonçalo, achas que o meu coração é de alguém?
Sentou-se junto a mim, corei novamente, claro está e fiquei mudo.
Ela olhou-me, com carinho espelhado nos seus belos olhos negros, e optou por "arejar" um pouco o ambiente para o meu lado.
- Adivinha quem fez um bolo de chocolate?
- Não faço a mínima ideia!!! - sorri eu.
Ficava maravilhado com esta faceta dela, e os seus ares de menina, uma menina na casa dos trinta.



2 comentários:

Regina Rozenbaum disse...

Mais um trecho. Bom, muito bom.
Beijuuss n.a

Anónimo disse...


Muito interessante Gonçalinho este teu "mundo". Escrita recheada de sentimentos à flor da pele... intensa, pura, dramática ,curiosa ....

Ana....!

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