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Em cada um de nós existe um poema .
Um por escrever ... um escrito que se quer procurado e se mantêm escondido na alma ... no coração.

Ser poeta ... não é escrever poemas.

É saber descobrir na poesia ... a parte que falta em si, a parte que falta ... nos outros .

Urbano Gonçalo




quarta-feira, 12 de maio de 2010

Por quem não esqueci


Procuro à noite um sinal de ti, procuro nas ruas desertas, em simples ruídos do vento, nas luzes do céu tão longe ... quem eu não esqueci.
Sinto-me perto, sinto-te perto de mim, sinto até por vezes ... que me tocas.
Volto-me, revolto-me, espero, desespero ... desespero.
A noite quer partir, teima em partir e rogo-lhe que por favor fique comigo só mais um pouco. Sento-me na beira do cais a chorar, vejo-me na água que passa indiferente a mais um vagabundo. Limpo as lágrimas, vendo nelas o teu sorriso e ouvindo nelas a nossa canção. A lua partiu por fim numa nuvem, e a sua luz esvai-se lentamente no céu. Já não brilha mais para mim, mandando-me assim embora todas as noites em que me faz companhia.
Vagueio então ainda um pouco por ali, entre velhos barcos e as gaivotas que acordo ao passar. Olho o céu e despeço-me da minha tolerante companheira, ela lá no alto esboça um pouco mais do seu brilho, pois sabe que tal como hoje, amanhã estarei cá de novo. Ela melhor do que ninguém ... sabe que na verdade, eu tenho em mim uma espécie de peça rara, onde só com muito sentimento e sofrer, se talha e dá forma à felicidade que se busca.
Felicidade que é só o único desejo, de uma criança crescida só e assustada, sempre na vã esperança de que alguém lhe oferecesse algum dia, uma mão amiga, um abraço de consolo ... por fim.

1 comentário:

Luciana Lís disse...

Belíssima declaração.
Beijo

p.s.: tá sumido, Moço!

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