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Em cada um de nós existe um poema .
Um por escrever ... um escrito que se quer procurado e se mantêm escondido na alma ... no coração.

Ser poeta ... não é escrever poemas.

É saber descobrir na poesia ... a parte que falta em si, a parte que falta ... nos outros .

Urbano Gonçalo




sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Anjo ou ... demónio ?


Estive com o vento e perguntei-lhe por ti.
Furioso, atirou contra mim a raiva do seu sopro mais forte e gelado.
Elevei então o meu pensamento em desespero para te ver.
Pairei por montes e vales, numa incansável procura do desconhecido até o meu fiel alado, de tão cansado desistir.
O sol ... sorria lá no alto, farto de tanto se divertir, e as nuvens que passavam, olhavam admiradas este estranho aos céus.
No pico da montanha mais alta, ninguém te viu.
No mais profundo dos Oceanos, ninguém jamais te viu.
Eu sei que existes ... tens de existir.
Sou por isso tido como louco, o mais tonto e vil dos loucos, mas ... não me importo, não os ouço, e procuro-te mais e mais.
Vejo a espaços um relance do teu olhar, sempre que a noite aparece. Vejo-te nesse brilho, e recordo tudo aquilo que me juraste ... sem falar.
Lembro a nossa noite, o calor do teu corpo o gelo dos teus beijos. Os teus gestos delicados ... o teu corpo em mim e o meu no teu em sublime cumplicidade.
Foi tudo tão ... fugaz, avassalador, rápido, mas ... de outra noite assim não é este mundo capaz.
Deixaste-me ao nascer do sol ... eu senti, mas não o quis ver.
De ti na minha cama ficou apenas o teu perfume a rosas e ... uma pena branca.
Senti um frio estranho nesse dia ao acordar já tarde, que contrastava com um imenso fogo no meu peito, de despeito ... talvez.
Já não sei verdadeiramente se existes fora da minha alma destroçada, mas sei que te senti na minha boca. Não sei o que me pediste, mas sei o que queres ... quiseste.
Esta loucura insana e irreal, tresanda o ar do quarto onde me deito e te revejo em flashes de violência e ... paixão por todo o lado.
Já não sei o que faço aqui, quem sou, para onde vou ou mesmo ... porque vou ... e se vou. Só a lua consola a minha mágoa e me alimenta a esperança de te voltar a encontrar.
Quem és tu?
Porquê eu?
Devolve-me a alma ... o coração a sanidade por favor.
Eu sei ... é o teu preço, é esse afinal o preço.
Provei do Santo Graal, agora sei para meu pecado, que é ... mulher esse dilema de eterno desejo e ... inconclusão.
Anjo ou ... demónio ?

5 comentários:

Anónimo disse...

Ai,ai!
Tão lindo!
Bjs.

Luciana Lís disse...

Opa! Apareci, ando eternamente sem tempo!
Quanto ao maniqueísmo da mulher, maau ou bom, nem eu mesmo saberei! :)
Mas adorei a intensidade da sua reflexão!

O meu último post, pra que entendas, uma pessoa chata vem fazendo categoricamente uma série de comentários pejorativos. Não suportei e tive q responder!

E as novidades?
Beijos!

Anónimo disse...

al final uno no sabe como definirlas, pero que son bellas, son bellas. excelente textp mi amigp.
un abrazo

G I L B E R T O disse...

Urbano

Belissima construção de texto, meu amigo!

Aih! Homens e mulheres, anjos ou demonios?

Estou propenso a acreditar nuam teoria dostoieviskyana que vislumbra o ser humano com uma porção dos dois...

Quem sabe?

Estejas bem, meu amigo, muito bem!

JB disse...

Obrigada pelo carinho das tuas palavras e pela música! :)

Um prazer este texto! Os dois lados da vida, este desejo da loucura que espreita ...

Gostei!!!

Beijinho

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