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Em cada um de nós existe um poema .
Um por escrever ... um escrito que se quer procurado e se mantêm escondido na alma ... no coração.

Ser poeta ... não é escrever poemas.

É saber descobrir na poesia ... a parte que falta em si, a parte que falta ... nos outros .

Urbano Gonçalo




quarta-feira, 5 de junho de 2013

The Best Ballads Of Phil Collins



Pois ... chamem-me lá ... romântico, façam como quiserem, mas ... eu pergunto, quem não recorda algo ou alguém ao ouvir estas baladas?!!!
Porque não recordar ... reviver, voltar a dançar com os sentimentos tantas vezes esquecidos, tantas vezes ocultos, tantas vezes ... ignorados.
Vá lá ... continuemos ... apaixonados!!!!

domingo, 2 de junho de 2013

D. Quixote


                                        D. Quixote
                                               
                                                         
                                       Óleo sobre tela
 
 
Vistas de pormenor
 







sexta-feira, 24 de maio de 2013

Parabéns filhota







M esmo sem eu saber
A vida por ti já sorria
T alvez por finalmente poder
I rradicar de mim a nostalgia
L ançou no teu olhar balões cheios, cheios
D e contagiante fantasia
E não olhando a meios

R edobrou a minha alegria
I nsinuando-se ao meu coração
B randindo o teu sorriso a tua magia
E nvolvendo-o assim numa paixão
I mensa que cresce dia após dia
R enovo desde então
O sentimento a ousadia

D e quem não queria viver em vão
E viver até aí ... não sabia

O lhar-me em ti não foi senão
L ibertar um coração que sofria
I nventando eu desde então
V ários poemas a cada dia
E nenhum sem exceção
I dealiza o que não seria
R ever-me ao espelho no teu coração
A bençoar-te do teu primeiro, ao meu último dia.


Dedicado à minha filha Matilde (Maty).
Feliz aniversário filhota.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Novo romance ... III


... se dúvidas eu tivesse, elas ficaram desfeitas.
Naquela discussão entre a minha mãe e a Catarina, eu fui por certo o tema.
Com mil coisas a deambular na minha cabeça, deitei-me por cima da cama, numa tentativa vã de visualizar as soluções para o meu problema, no teto do meu quarto.
No dia seguinte, esperei Catarina sentado à porta do seu apartamento.
Cansado de a procurar, de lhe bater diariamente à porta sem obter resposta sequer, optei por uma medida mais drástica.
Mais ou menos à hora habitual, ela chegou.
Vinha no carro de uma amiga, despediram-se e vi ela entrar no prédio.
Como o elevador estava funcional, ela não se descalçou como habitualmente fazia, para ocultar o som dos sapatos de salto alto. Senti o elevador a subir e por fim a porta abriu-se, ficando ela a olhar para mim.
-Bom dia! - disse.
Dirigiu-se à porta, abriu-a e disse-me:
- Entra!
Assim fiz, ela seguiu-me. Deixou o casaco e a carteira na cadeira do Hall, tirou desta feita os sapatos e eu via-a muito pensativa.
- Vem cá! - disse, pegando-me na mão e levando-me a sentar junto de si no sofá.
Olhou-me demoradamente, eu atónito tentei dizer algo. Ela antecipou-se então.
- Precisamos de conversar Gonçalo! - começou - Sei que estás muito confuso, imagino que terás muitas perguntas, e por certo imaginas muitas respostas às mesmas!
- Diz-me só, porque te distancias de mim! - pedi-lhe eu.
Catarina levantou-se, puxou o seu cabelo negro encaracolado para trás, e colocou a mão na testa. Depois voltou-se e disse:
- Quantos anos tens Gonçalo?
- Quase dezanove! - respondi.
- Quase dezoito. - corrigiu ela.
- Sabes quantos eu tenho?!!
- Trinta?!!
- Trinta e quatro! - exclamou ela, enquanto vagueava pela sala.
- Sabes - continuou - em que trabalho?!!
- Sei! Trabalhas num bar!
- Sabes que é um bar de "Strip"?!!
- Já ouvi dizer, claro! Mas ... tudo o que pensas importante pela negativa, não me diz rigorosamente nada. O que me importa, me interessa ... és tu!
Ela olhou-me fixamente durante alguns segundos e perguntou-me:
- O que sentes por mim Gonçalo?
As minhas palavras, tinham saído diretas do coração. Com aquela pergunta fiquei entre a cabeça e o coração, que é para não dizer, entre a espada e a parede. Apercebi-me então que as lágrimas que surgiam nos olhos de Catarina, mereciam toda a verdade, apenas e só.
Peguei-lhe nas mãos, respirei fundo para tentar libertar a minha garganta e o meu peito. Por fim, respondi-lhe:
- Na verdade Catarina ... estou apaixonado por ti! Não me importa diferenças de idades, profissões, mentes dos outros ... o mundo, eu sei lá que mais!
Só tu me importas, só quero saber ... se sentes também tu, algo por mim.
Catarina chorava já. Os seus lábios finos tremiam e as suas mãos começavam a apertar as minhas.
- Eu ... eu não sei o que te dizer! - respondeu-me, enquanto procurava nos meus olhos uma qualquer resposta - Na verdade calculava o que sentias por mim, sei que te levantas tão cedo por mim, sei que nunca ligas nada às miúdas da tua idade, apesar de seres muito pretendido.
Catarina largou-me as mãos e dirigiu-se lentamente à janela limpando as lágrimas dos olhos. Durante alguns segundos ficou em silêncio a sós com os seus pensamentos, até que por fim disse:
- Sabes ... eu sinto o mesmo por ti Gonçalo! Também eu estou apaixonada por ti, e estou cansada de todos os dias lutar contra isso!
Ocupas os meus pensamentos todo o dia, quando estou contigo recupero-me onde me perdi, mas ... não sei Gonçalo, não sei o que fazer. Se por um lado quero afastar-me, por outro sinto que se o fizer perco algo que eu nunca mais terei ...
Agarrei Catarina pela mão, limpei-lhe as lágrimas
e beijei-a.
Aí soube, que venderia a alma e o mundo ... por ela.  






sábado, 11 de maio de 2013

domingo, 5 de maio de 2013

Um bom ... 8


Uma vez ouvi alguém dizer (penso que foi o Pedroto! (antigo treinador do F.C.P, para quem não sabe!) que num jogo de futebol, mostrávamos a nossa personalidade interior.

Ora ... o que quer isto dizer?

Bom segundo a mesma "fonte", num jogo desses temos quase sempre de ir improvisando (na vida ... também!), temos de ajudar e recuperar as falhas dos "nossos" (na vida ...), temos de saber quando é tempo de retrair e de nos defender-mos, mesmo contra a vontade (na vida ...), mas também temos por outro lado de arriscar, umas vezes às cegas outras nem tanto, mas ...  o risco está sempre lá (na vida ...), temos de perdoar os erros dos outros e aprender com eles e com os nossos e seguir em frente (na vida ...), temos de ser unidos, não pecar pela individualidade pois ela é falsa e distante (na vida ...), temos de acarinhar e celebrar os nossos triunfos e os dos outros que nos ajudam, pois a alegria fomenta mais alegria, paz e amizade (na vida ...), respeitar individualidades significa nesse jogo dar liberdade de ação, pois se uns têm mais jeito para as recuperações, outros têm mais jeito para finalizar, outros ainda ... para proteger uma ultima instância, outros têm mais jeito para organizar, ajudar, e proporcionar as oportunidades a quem delas carece e as sabe aproveitar.
Cada jogador tem um número como se sabe (agora por acaso até o número corresponde à sua inscrição, antes era do 1 ao 11, agora pode ser o 76 ou outro qualquer!!), a cada número corresponde uma posição no terreno e uma "tarefa" condizente com a sua personalidade, com o seu ... jeito ou modo de ser.

Na vida também é assim, se uns são mais resguardados de personalidade ou financeiramente, outros fazem e dizem o que lhes vem no momento à cabeça. Outros mais comedidos ouvem, pensam e depois resolvem algo, tendo em conta os que os rodeiam e o objetivo em vista.
Por isso 1 (guarda-redes) é sempre aquele alguém em quem pomos as nossas ultimas esperanças quando estamos aflitos (pais, avós ...), 2,3,4, ... também nos seguram (familiares, amigos próximos), 5,6,7,8, ... ajudam a defender (amigos, família direta (esposa/marido), organizam as coisas e lançam novos objetivos aos outros, dando-lhes (e a nós também!) assim a eterna e sempre necessária ... esperança que nos move, 9,10,11, ... são as nossas esperanças de êxito, são as oportunidades para as quais trabalhamos, são o tal "milagre" que todos nós ... sempre pedimos (promoções, sorte ao jogo, etc).

E você, que numero é?!!

Eu penso que descobri o meu!
Acabei por dar razão a um antigo treinador de infância, pois sempre quis jogar (e joguei!) com o 7 (estremo atacante), ele dizia-me que eu era ... um bom 8 (meio campo também mas zona central e a pessoa que resolve (defende, organiza e lança o ataque), coincidência ou não (talvez a idade seja a razão!) as ultimas vezes que joguei foi precisamente ... com o 8.
De facto quando encontrámos o "nosso" sítio certo, tudo e todo o resto se torna mais fácil.  

 



quarta-feira, 1 de maio de 2013

Pássaros de fogo


                                 "Pássaros de fogo"

Óleo sobre tela - 13/18
 
 
 
Este foi o primeiro quadro que eu pintei.
Faz hoje precisamente ... 20 anos!!
 
 

sábado, 27 de abril de 2013

Enola Gay



O nome não será "estranho" a algumas pessoas certamente, mas ... muito poucas delas saberão, é que este foi o nome dado ao bombardeiro B-29, que lançou a bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroshima no dia 6 de Agosto de 1945, dando assim o primeiro passo (o segundo foi em Nagasaki!) para o final de mais uma estúpida guerra mundial (a segunda).
Este quadrimotor foi pilotado pelo então coronel da aviação dos U.S.A, Paul Tibbets Jr. à altura com os seus trinta anos.
Depois da fatídica missão que mostrou ao mundo mais uma vez que o homem, nunca mais aprende com os erros do passado, Tibbets escolheu pessoalmente
um B-29, batizando-o com o nome Enola Gay ... homenageando assim a sua mãe.

Pergunto eu:
- Então alguém que acabou de dizimar milhares de pessoas inocentes (mulheres, crianças, etc!!) lá do alto, na sua segurança (pois as anti-aéreas nem lá chegavam!), homenageia a sua mãe, colocando o seu (dela) nome no portador do objeto do holocausto????

Seria por carinho, ou seria ... ódio?!!!
Quanto a mim, foi no mínimo uma grande ... estupidez, mas ... enfim!



 

 
 
 
 
Eu sabia que existia por aí, uma música com este nome!
O.M.D, pois claro!!
 
 
 
 
 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Diana Krall ...

Todos nós gostamos de "re"ouvir esta ou aquela música em particular.
Por vários motivos, ou até ... por falta deles, mas a verdade é que existem músicas inesquecíveis e intemporais, por isso aqui ficam algumas, numa voz que já dispensa apresentações.

                     Diana Krall ... palavras para quê?!!




 
 


                                            Que tal?!!!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Novo romance ... II



Bati à porta de Catarina, ouvindo logo de seguida:
- Está aberta, entra!
Faço sempre de conta ao entrar, que não conheço a casa. Ela estava junto à janela a desenrolar um dos rolos de papel que nós iríamos colar nas paredes.
Vê-la assim com o sol da tarde por trás da sua silhueta, deixou-me ali um bocado de tempo parado a ... apreciar. Uma simples camisola e umas calças de fato treino nunca me tinham parecido tão sensuais.
Ela apercebeu-se do meu estado "ausente" e acenando com as mãos disse:
 - Hellloooo!!!!
Acordei finalmente, e não pude claro, evitar de corar um pouco.
- Estava a tentar descobrir, qual era esta música que está a tocar! - disfarcei.
-Ah!!! Já é antiga.
É uma mania minha, gosto de comprar velhos discos por aí nas feiras.
São os "Imagination" e a música chama-se "Body Talk". Gosto, é uma balada do tempo do "disco-sound", sabes ... do tipo grandes cabeleiras e calças largas em baixo!
- "Body Talk" ... pois, muito a propósito - pensei eu.
- Já tenho a cola pronta senhor ajudante, ficas tu em cima do escadote?!!
- Claro! - respondi a custo, ela estava tão linda!
Passamos a tarde a colar papel nas paredes da sala, conversamos, conversamos, ou melhor ... conversou ela, parecia feliz ... muito feliz.
- Então ... quantas namoradas tens?!!
Sorri, só podia.
- Bem ... sem contar com a ... e a .... não tenho nenhuma, claro!
- Não acredito em ti!
- E tu? Quantos namorados tens?!!
Ela hesitou um pouco antes de responder.
- Diz-me tu uma coisa Gonçalo, achas que o meu coração é de alguém?
Sentou-se junto a mim, corei novamente, claro está e fiquei mudo.
Ela olhou-me, com carinho espelhado nos seus belos olhos negros, e optou por "arejar" um pouco o ambiente para o meu lado.
- Adivinha quem fez um bolo de chocolate?
- Não faço a mínima ideia!!! - sorri eu.
Ficava maravilhado com esta faceta dela, e os seus ares de menina, uma menina na casa dos trinta.



domingo, 31 de março de 2013

Páscoa ...

 
Agora sim, aqui fica o resultado final do meu quadro Páscoa!
O primeiro aqui publicado obedeceu a um propósito que ... guardo para mim !!
 
Espero que cada um veja nele algo de si, algo com que se identifique algo que lhe proporcione uma boa sensação ao olhar.
 
 
" Páscoa "
 
Olêo sobre tela - 90/60
 
Seguem-se vistas de pormenor do mesmo quadro.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

domingo, 17 de março de 2013

Novo romance ...


Por fim ao fundo da rua vejo Catarina, mais uma noite de "trabalho", mais ... muito mais de si ... perdido.
Como sempre desço as escadas do prédio e vou buscar um dos jornais matutinos que a carrinha dos jornais e revistas, deixara junto ao velho quiosque.
Como sempre ... simulo casualidade no nosso encontro.
Ao ver-me, Catarina tenta apressadamente dar um jeito à blusa, apertando alguns botões, fecha o casaco comprido e esconde assim as suas pernas, que a mini-saia eleva a ... soberbas.
- Olá!
- Bom dia! - diz-me ao aproximar-se de mim.
- Já a pé?!!
- Olá! - respondo sem tirar os olhos do jornal.
- Gosto de me levantar cedo, como sabes!
Parou junto a mim, aconchegando-se no casaco, pareceu-me cansada,
mais do que o habitual.
Peguei numa revista de decoração (ela gosta!) e dei-lha, depois enrolei o meu jornal debaixo do braço e ofereci-lhe o outro braço, que ela aceitou de imediato, dirigindo-nos então para o nosso velho prédio.
- Hoje, vens visitar-me depois do almoço? - perguntou ela com a cabeça encostada ao meu ombro.
- Talvez! - respondi.
Ela sorriu e beijou-me a face.
- Dizes sempre isso, mas apareces sempre!
- Como correu o trabalho? - perguntei-lhe olhando-a nos olhos.
O sorriso desvaneceu-se na sua boca, olhou o céu e deixou sair um ...
- Correu bem!
- Devias trocar de turno, trabalhar à noite não te faz nada bem!
- Talvez um ou uma colega, não se importe de trocar! - insisti.
- Soube do senhor João!! - desviou ela a conversa.
- Sim!
- Coitado, era boa gente!
- Sim! Desde que nenhum miúdo lhe partisse algum vaso ao jogar à bola!
- Não sejas mauzinho!!
Chegados ao nosso prédio, subimos ao primeiro andar pelas escadas, o velho elevador já estava na reforma há vários anos.
Esta velha hospedaria dava guarida a nós e a mais alguns solitários como nós, tudo ali passava lentamente qualquer mudança de carteiro, era por si só uma novidade, mas ... não era bem vinda por ser contra-natura, por ser contra rotina.
- Bem ... vou descansar! Vejo-te logo tá bem?!!
Sorri, só podia.
- Claro, até logo então!


Excerto do meu novo romance (ainda sem nome!!).   



 
 
 

domingo, 10 de março de 2013

Duelo ... entre nós



D uelo ... mente, coração
U niverso tão diferente, tão diferentes razões
E ncontrar em si razões para continuar, é ...
L er a mente de quem dedicadamente ... nos ama.

 
 
Duello mente del cuore
Universo cosi diversi, cosi diversi ... motivi
Trova ragioni per mentenere in sé, é ...
Leggere la mente di tutti coloro che con dedizione ... ci ama. 
 
 

sábado, 9 de março de 2013

Auto-retrato




       U nir-me em ... pensamentos         
       R esoluções ... incompreensões  
       B eliscar orgulhos
       A mar sem razão aparente
       N ascer a cada dia
       O rar ao meu coração

        Gostar ... de ser mudo
        O uvir ... como um surdo
        N avegar em cada ... olhar
cobi Ç ar a simplicidade a
        A legria de cada
        L ouco, mas ... isso é tão pouco
        Ou ... talvêz ... não.







Ainda tenho este album em ... vinil, claro que já quase não toca de tão "arranhado" que está pelo uso.
Comecei a ouvi-lo com treze anos, já lá vão ...
fica a título de recordação, e também é sempre um prazer re-ouvir o Mike.
Deixo a parte final do album Platinum, muito bom mesmo!!





domingo, 3 de março de 2013

Carlos Paredes


Tirando talvez o violino, não conheço mais nenhum instrumento musical, que nos toque a alma e os sentimentos, como a guitarra portuguesa.
Para demonstrar que eu tenho razão deixo aqui "O" mestre a eternizar ... uma vez mais o seu grande amor.

Quando já nos faltam as palavras, para comentar um talento destes, só nos resta mesmo é ... apreciar.


 
 
 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Os meus quadros


A beleza artificial nas nossas vidas, esconde sempre o caminho que percorremos, ou ... que teremos de percorrer.


                   "De onde vimos ... para onde vamos"

Olêo sobre tela

Vistas de pormenor

 
 



domingo, 17 de fevereiro de 2013

O inverno do nosso descontentamento


Lembro-me de, em criança, rastejar entre livros de capas brilhantes, ou, amargurado por aquela vida meio fantástica que carateriza a solidão, ter-me refugiado no sótão para me enrolar numa grande poltrona modelada à forma do meu corpo, numa luz azul de alfazema coada pelas janelas. Ali, podia estudar as grossas traves aplainadas que suportam o teto - ver como estavam reunidas por encaixes e cavilhas de
carvalho, um lugar acolhedor, maravilhoso, quando a chuva se abate sobre o telhado. E os livros inundados de luz, os livros de imagens que serviram a crianças há muito tempo mortas de velhice, coleções de romances baratos, pilhas de estampas mostrando manifestações do poder divino: incêndios, inundações, maremotos e terramotos. O reino dos Infernos visto por Gustave Doré, com legendas tiradas de poemas de Dante; Andersen e os seus contos lancinantes; os dois irmãos Grimm, com as suas violências terríficas e as suas crueldades; a majestosa morte de Artur, ilustrada por Aubrey Beardoley, essa criatura doente e perversa - estranha escolha para celebrizar o grande, o vil Malory.


Lembro-me de admirar a sabedoria de Andersen.
O rei diz os seus segredos a um poço e eles ficam em segurança.
Quem confia os segredos ou uma história deve contar com a pessoa que o escuta ou lê, pois uma história tem tantas versões como leitores. Cada um toma dela o que quer ou o que pode, talhando-a assim à sua própria medida. Alguns aceitam uma parte e rejeitam o resto, outros passam-na à peneira dos seus conceitos, outros ainda transformam-na a seu bel-prazer.
Uma história, para poder agradar, deve ter alguns pontos de contato com o leitor.
Só assim ele aceitará a parte ... maravilhosa. 

Excerto do romance de John Steinbeck -
"O inverno do nosso descontentamento"
Prémio Nobel - 1962.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Alegoria

 
 
 "O maestro"
 
 
 
O homem na sua "sabedoria" ... ao invés de ouvir calmamente e usufruir dos sons inigualáveis da natureza que o rodeia, decide sobrepor-se a ela e tentar fazer com que esta "toque" a sua música mas ... como ele quer!!!
 
 
 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Come Undone


Vezes demais ... perdemos a vontade própria.
Vezes demais duvidámos de nós, das nossas ideias e convicções.
Vezes demais deixámos ignorante-mente de ter opções.
Os outros ... sempre eles, são poucos os que nos "vêem", nos sabem ... ler.

Foram demais as vezes em que o sol se pôs no horizonte, comigo a observar.
Foram demais as horas, desde a última vez em que a vi.
Ainda lhe sinto o cheiro, e a porta que ficou entreaberta ... nunca tive coragem de a fechar.
Não é saudável viver assim, dizem-me as pessoas.
Eu sei que não, mas ... eu quero viver assim.
Existem pessoas e momentos na vida, que são insubstituíveis, insuperáveis e ... não há nada a fazer quanto a isso.
No nosso íntimo tudo ... todos, podem viver eternamente.
Às infindáveis horas de um mau dia, sucedem-se outras e outras, mas ... eu prossigo, eu ... consigo.
A imensidão de uma tal tristeza gera obrigatoriamente receitas de placebos, e álcool pelo menos.
Isso é o menos, outros há bem mais obscenos.

No fundo do coração de cada um de nós, existe uma câmara misteriosa, que nem os arquitetos das pirâmides Egípcias imaginaram.
Ínfima, mas no entanto imensa, ela protege-nos guardando ciosamente toda a pureza, que nos quer roubar o mundo, e os outros ... simples mortais.
Por vezes, não raras, ela decide por bem em determinada altura da nossa vida, guardar os nossos sentimentos. Deixemos pois que o faça, façamos da vida Carnaval usemos no dia-a-dia uma máscara ... a preceito.
Viver sem eles, ao contrário de que poderá parecer ... dói, e muito, mas ... dói mais, quando os outros os vêem,
se apropriam, subjugam ... ignoram.

Deixemos pois que o coração guarde, aquilo que o cérebro por mais evoluído que seja, não vai nunca conseguir compreender, refazer ... remediar.


 
 
 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O meu ... Pessoa

 
 
Mais um dos meus quadros.
Poema de Fernando Pessoa, resultou numa tarde bem passada por mim, no cavalete.
 
Pormenor do poema "Cancioneiro" de Fernando Pessoa.
 
 
 
 
 
 
 
 
Teus olhos entristecem
 
Teus olhos entristecem
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem ...
 
Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez ...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.
 
Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente,
Começas um sorriso.
 
Continuo a falar,
Continuas ouvindo
O que estás a pensar,
Já quase não sorrindo?
 
Até que neste ocioso
Sumir de tarde fútil,
Se esfolha silencioso
O teu sorriso inútil.
 
 
Fernando Pessoa.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

O juízo final

 
" O dia do juízo final"
 
 
 
Mais um dos meus quadros.
Alusão à "luz" que nos dizem um dia ... seguiremos.
 
 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Desireless


Que o sonho alado de uma criança, seja um sinal do futuro.
Que um qualquer gesto ...
 seja mais do que  ... medo.
Que seja esperança a vida.
Que dar as mãos volte à ribalta.
Que um abraço pareça sincero.
Que ouvir ... não seja apenas mais um passatempo.
Que falar não seja apenas ... lamento.
Que coração signifique ... emoção,
e que se abandone por fim ... a razão.
Que as estátuas se mexam, e que os pássaros se lhes fiquem ... aos pés.
Que o poema seja poeta, que o mundo pare de esperar ... um profeta.
Que ler ... seja ver.
Que ver ... seja pouco mais do que ... olhar à nossa volta.
 
 
 
 
 

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Ilusão



 Triângulos e cores resultaram neste ensaio,
 e numa ...


                                      "Ilusão de ótica"



Quantos triângulos perfeitos tem este meu quadro?!!
Tem a certeza?!!
Siga os contornos pretos ... e agora?
Deu os mesmos?!!

Vá contando ... acabará por descobrir sempre mais um!


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Bauhaus

 
Este foi o "movimento" que mais influenciou o mundo nas últimas décadas.
Tão grandes nomes ... deram corpo a ideias e ideais ainda hoje utilizáveis.
Muito se poderá falar sobre a Bauhaus, mas acima de tudo, muito de si se pode apreciar  nas nossas casas, nas ruas, e um pouco por todo o lado mesmo não o sabendo a maioria das pessoas.
Design que originou desde um simples garfo, até a mais elaborada ferramenta médica, ou o mais alto arranha-céus.
Pintores como o meu preferido Kandinsky, arquitetos como Hannes Meyer, Mies van der Rohe lograram pegar no inutilizável e obsoleto, tornando-o no mais utilizável ou no mais "IN"  dos mais ricos.
 
No fundo a Bauhaus é uma grande homenagem à ... inteligência e à simplicidade na vida.
 
 
 
 
 
 

domingo, 27 de janeiro de 2013

Wicked Game


Limpar uma lágrima ... não é apagar um sentimento
não é ... sarar uma ferida aberta, não é ... esquecer.




Parte de um velho poema meu, aliado a mais uma das recordações do "Baú das memórias".
Fica por aqui para já o "Baú", quiçá ... voltará mais tarde.


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